terça-feira, 31 de março de 2009

May it be



May it be an evening star
Shines down upon you
May it be when darkness falls
Your heart will be true
You walk a lonely road
Oh, how far you are from home

Mornië utulië (Darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornië alantië (Darkness has fallen)
A promise lives within you now

May it be the shadows call
Will fly away
May it be your journey on
To light the day
When the night is overcome
You may rise to find the sun

Mornië utulië (Darkness has come)
Believe and you will find your way
Mornië alantië (Darkness has fallen)
A promise lives within you now

A promise lives within you now

O Estudo

Lembro-me criança ouvindo aquela voz cálida e humana, com recheio de paciência e carinho infinitos, repetir milhões de vezes a mesma coisa de formas diferentes com o objetivo herculíneo de me fazer compreender o conteúdo da matéria da prova.
Lembro da lâmpada forte do lustre da sala. A mesa bagunçada com todo o conteúdo e aquele homem incrível a persistir na árdua tarefa de eliminar minha ignorância e me ceder um pouco sua infinita sabedoria.
O vento soprou. As folhas voaram e os estudos tiveram fim. Com muito custo os concluí com louvor apesar dos imensos tropeços e desacertos.
Me formei, cursei MBA e pretendo seguir ainda mais além nesse caminho que esse grandioso homem, ou devo revelar que é meu pai, me ensinou a trilhar.
O caminho do conhecimento acima de qualquer coisa.
Este final de semana, foi a vez da Vivi beber dessa fonte.
Horas e horas ambos ficaram ali, sentados na mesma posição da mesa da sala de jantar, depois na mesa da cozinha, no escritório até tarde da noite, quando enfim o cansaço tomou conta de ambos.
Ele leu o livro para ela. O mesmo livro que ela há dois meses atrás deveria ter lido sozinha, mas não gosta.
A matéria na ponta da língua, ciências. Lembrei-me dos gestos, do som da voz, do tempo, da posição dos astros e o caminho do sol.
Ele descrevia tão bem cada posição, que o Universo nunca foi mistério para mim. Sempre pude visualizar com riqueza de detalhes cada estrela, constelação, planeta e galáxia.
Via o que nenhum astrônomo jamais pode ver.
Me vi criança de novo ali, sentada, recebendo toda uma vida em páginas da apostila, como um roteiro de filme que ele seguia para se ater somente ao tema, mas jamais apenas ao conteúdo. Ele ia além. Ensinava mais que os livros e sempre pudemos, eu e minha irmã, ter acesso a muito mais. Várias faces de um mesmo assunto, mas como um prisma de cristal. Reluzente e multifacetado até que ele sentisse o ângulo certo para que você visse a luz perfeita que irradiava.
Como a vida se repete. Impressionante.
Vivi conheceu o prisma. Relatou, assim como eu sentia na época, que a doce voz, por vezes dava sono.
Expliquei não ser sono e sim, uma vontade imensa de saber mais. Ela adora estudar com o avô.
Eu também...para sempre, estudar com meu pai.