terça-feira, 15 de outubro de 2019

Que...

Que eu sinta,
que eu sofra,
que caia e levante,
que erre e aprenda.
Que chore ou ria,
que ame ou ignore.
Que me encontre ou me perca.
Que tenha propósitos,
que os embaralhe.
Que tenha foco e fé,
Ou que os perca quando bater o desespero
Mas que para sempre meu espírito seja daquela criança que um dia fui,
e que jamais me esqueça que ela ainda habita em mim.

quinta-feira, 4 de julho de 2019

Eu tenho

Ondas, Sunrise, Oceano, Mar, Crepúsculo, Marinha, SolEu tenho dores
Eu tenho amores
Que as ondas 
Não conseguem apagar

Tenho lembranças

E esperanças
Que me chamam 
Sempre para o mar

Sentimentos guardados

Cartas e extratos
Que o tempo sempre
Vem me cobrar



autora: Cláudia Ruiz Hespanha - todos os direitos reservados
escrito em 21.+03.2019

domingo, 6 de janeiro de 2019

A tristeza nas ladeiras de Ouro Preto




Há mais de 20 anos, estive em Ouro Preto em uma última viagem antes de me casar. Este ano, resolvemos que passaríamos por lá o Réveillon.
Engraçado como nosso olhar sobre as mesmas coisas muda, drasticamente. Não era a mesma cidade de 20 anos atrás.

Olhei tudo com profunda tristeza pelo descaso com as construções. Imensas trincas, descascados e ‘entalhes’ de nomes dos visitantes por fora das estruturas. Por dentro, mais trincas, mofo e outras deteriorações que me causaram imensa frustração.

Penso que, no Brasil, a memória de um povo pouco, ou quase nada vale.

Ouro Preto - sob a Ponte dos Contos
Conhecemos o Tó, um Guia local logo ao segundo dia. Com ele, as preciosas informações sobre os chavões, que repetimos à exaustão, mas, como nenhum livro ensina, desconhecíamos seu significado.

Onde o filho chora e a mãe não vê” – Os negros escravos crianças, adentravam as minas de ouro em espaços que mal cabiam seus corpos e, ali, sofriam toda sorte de temores e flagelos. As mães, ficavam longe. Nas senzalas, ou só deus sabe onde e não viam ou ouviam seus lamentos.
Pé de moleque”. Na verdade, “pede, moleque”, quando os doces eram colocados às portas das casas para secar e eram ‘furtados’ pelas crianças, as donas gritavam para que eles pedissem e não roubassem.
Feito nas cochas”, para as telhas de barro moldadas nas pernas para terem o formato abaulado.
O Quinto dos Infernos”, quando 1/5 do ouro garimpado ia para a Coroa Portuguesa.

Fiquei arrasada e não consegui terminar o passeio na Mina. É muito sofrimento e angústia. Já fora, recobrando um pouco os sentidos, soube do Guia que Chico Xavier nunca conseguiu conhecer Ouro Preto, tamanho sofrimento que paira sobre a cidade.

Na fachada da Prefeitura, uma faixa avisa que o Governo de Minas Gerais deve ao Município mais de R$ 30 milhões.

De Mariana, vemos os pés do morro
onde ocorreu o maior desastre ambiental
Mariana com as ruas vazias foi outra grande tristeza. O guia local me informou que os turistas acham que a cidade está sob a lama, o que não é verdade. Aponta onde ocorreu o desastre, de cima do mirante e com profunda tristeza mostra as construções irregulares no meio do morro, que rapidamente foram abandonadas por não estarem seguras em um local que já fora explorado com dinamite. Informa que as famílias correram para a cidade em busca de abrigo e conclui que a maioria morrerá sem receber a indenização pelo desastre causado pela Samarco/ Vale.

Congonhas do Campo
Congonhas do Campo, mais uma vez, a decepção. Os ignorantes de plantão fazem questão de ‘esculpir’ seus nomes e cidades de origem nas preciosas imagens dos profetas, quando os moradores insistem em proibir que o IFAN as proteja com vidros. (explicação da Victoria).

Juro que fiquei arrasada. Sim, porque conhecia. Sim, porque já havia visto o descaso há 20 anos, mas agora, parece que além de agravado, me condoeu mais.

Minha estudante de Arquitetura e Urbanismo amou. O pequeno nem tanto.

Em mim, mais numa vez, ficou aquela sensação de culpa pela mácula que a escravidão deixará para sempre na nossa história. 
Ali os anjos testemunham os novos visitantes, e fazem um apelo mudo para que tenhamos consciência. Consciência sobre a segregação, o preconceito e a história que se não for preservada, será esquecida, ou pior, repetida.


Ouro Preto



Tó. O melhor Guia local.

A Mina






domingo, 16 de dezembro de 2018

Desapego

Desapego, ou, a hercúlea missão de deixar algo ir embora.
Como boa escorpiana, esta tarefa é muito difícil. Como se não pudesse abrir mão de nada, retendo tudo entre os dedos.
Quando preciso superar algo, seguir em frente e deixar ir, sofro. Sofro, pois as mudanças são importantes, mas não aceito quando elas vêm acompanhadas da tristeza de um adeus.
Não gosto de adeus. Essa palavra encerra toda uma gama de sentimentos e vivências que me recuso a aceitar que têm fim, mas têm.
O Norte é logo ali, mas meus pés insistem em ficar enraizados, parados, inertes, fazendo-me contemplar o sul com olhos melancólicos.
Então, sem aviso, me vem os pensamentos mais deprimentes: os famigerados 'e se'...
'E se' eu não tivesse mentido, 'e se' eu tivesse agido de outra forma, 'e se' eu tivesse mudado meu destino com outra atitude, ou outras palavras... 'e se'.
Assim, como em um roda moinho de ventos, giro ao redor dos meus pensamentos, sem conseguir formar um raciocínio linear e, por não aceitar as verdades e os fatos de forma resiliente, sofro.
Não. Não aprendi a desapegar. Não aprendi a seguir em frente, quando em determinados assuntos ainda me vejo enlaçada com sentimentos dos quais não quero me livrar.
Assim, o desapego ainda me é um total estranho, um melancólico companheiro com o qual não travo nenhum diálogo.

Resultado de imagem para desapego


segunda-feira, 25 de abril de 2016



O meu silêncio
Há quem diga que por arrogância me isolei. Isolei-me socialmente, emocionalmente e desprezo ou ignoro quaisquer eventos ao meu redor. Lamentável saber disso.
Isolo-me, pois minha dor torna insuportável o vestir, o calçar e o enfrentar horas em posições que me causam aflição ainda maior.
Isolo-me quando a depressão se torna insuportável para o convívio até comigo mesma.
Isolo-me quando minhas chagas estão tão expostas que causam repúdio ou medo às pessoas de meu convívio.
Não se trata de descaso. Não se trata de não me importar. É algo além de minhas forças ou além de minha vontade.
E enquanto não encontramos a cura, me isolo. Sofro menos agindo assim ou, pelo menos tento.
Se aqueles a quem amo não puderem entender ou simplesmente permitir meu silêncio, torna-se dor ainda maior por causar chagas em minha alma.
Buscamos uma utopia, um sonho e uma ilusão ao tentarmos ser felizes. A felicidade é efêmera. É um lapso de tempo.
Um sorriso que se perde, uma risada que escapa, um olhar de admiração a alguém que te surpreende. A soma destes momentos é a felicidade e não algo que se sustenta nos braços ou se retém com as mãos.
Em meu silêncio absorvo isso e em meu silêncio vivo.
Entendam ou não. As circunstâncias mudam os seres e as minhas estão me moldando de forma violenta. Aos que me conheceram há 10 anos atrás, minhas desculpas.
Minha doença não me permite mais ser quem eu era. Hoje não suporto mais nos braços os amigos que precisam de mim. Hoje simplesmente lhes dou as costas, não porque quero, mas porque eu mesma me tornei um fardo e sozinha não suporto mais sequer a mim mesma.
Enquanto sobrevivo, espero outros sóis. Espero a cura ou um caminho.

Apenas um caminho já ajudaria muito a quebrar o meu silêncio.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O cuco


Por um breve momento e por extrema necessidade, a menina que brinca na rua com os primos para e entra na casa com o objetivo de aliviar-se o mais depressa possível e voltar para seus afazeres infantis. Sobe a escada depressa e avança pelo corredor principal. Seus pés nus tocam o piso de madeira da casa do avô e, pela primeira vez uma suave badalada lhe desperta a atenção. Presa à parede, uma caixa de madeira esculpida em forma de ninho abriga dois pássaros. Em seu miolo, uma pequena porta. De duas correntes pendem pesos em forma de pinhas e um coração de madeira movimenta-se sozinho de um lado para o outro. 

A menina se aproxima, mas não os toca. Fascinada, detém-se mais um momento, mas a necessidade a chama. Em seu regresso, ainda fascinada pelo som da caixa, fica novamente paralisada a contemplar o balanço ritmado do pêndulo quando para sua surpresa a porta se abre e um passarinho grita ‘cuco’ por algumas vezes. 

Palmas para o passarinho. André, o avô que cochilava após o almoço a encontra e imediatamente após ser descoberto vê-se rodeado de perguntas. 

Paciente como era, exímio pescador e de imenso coração, a põe sentada no colo e lhe explica sobre o relógio, seu funcionamento, origem, e não bastando atender suas indagações, a ergue nos braços e movimentando suavemente com as pontas dos dedos, acelera os ponteiros e demonstra o que explicou para o deleite da neta. Mais gritos e palmas para o passarinho. A brincadeira foi esquecida, os primos abandonados e o som do relógio e da voz do avô foram o divisor de águas naquele universo. Cresceu ao som do cuco e muitas vezes esquecia de brincar apenas para ficar ali, na sala, olhando o objeto e aguardando o momento quando a hora completasse e o pequeno passarinho projetava-se para fora da caixa em um sonoro grito. 

Ainda hoje a caixa a fascina. Foi presente ainda em vida do avô. Veio todo embrulhado de Campinas para São Paulo onde ornamenta a parede da casa do pai. Ali, seus sobrinhos e filhos viveram as mesmas emoções da menina e seu pai, tal como seu avô, a explicar sobre o objeto, seu funcionamento e origem em um ciclo sem fim no pulsar das horas. Em meu tempo de criança, contemplar um simples relógio cuco era (e ainda é) motivo para sorrir. Claudia Hespanha (a neta)

sábado, 28 de setembro de 2013

...







Há anos sei que falta algo em minha vida. Algo parece a todo instante mostrar-me que ela não está completa.
Um misto de saudade e perda, tristeza e lembranças de felicidade de um momento que não me pertence mais.
Por vezes, olho o papel em branco e textos desconexos começam a formar-se.
Vivo incompleta e em constante nostalgia não por não querer o presente, mas por lembranças que insistem em surgir do nada em meio a uma tarde chuvosa.
Por que me lembro? Jamais saberei. Como consigo me lembrar? Não sei explicar, mas sei que quando mergulho neste universo de memórias, vivo em dois mundos distantes por quase oito séculos e em ambas as vidas, sou feliz, apenas quando as uno em um pedaço de papel, e então vejo a imagem de minha vida formada por completo.
Imortalizo estas lembranças porque me foi permitido fazê-la. Uma promessa feita há 17 anos, se cumpre. Como um nobre, apesar de insistir dizer que não o foi, ele assobia em meus ouvidos o que quer que eu registre e como uma serva fiel deste universo distante, obedeço e movo os dedos sobre o teclado. Então, já madrugada, após a narrativa terminada leio o que escrevi e as lágrimas correm e a compreensão vem e a cada passo, vejo ainda mais, através de meu passado, um pouco do que será o meu futuro.
A/W sabe que minha admiração e respeito superam quaisquer sentimentos pelo cargo que hoje em minha vida você ocupa.
Agradeço eternamente em corpo e espírito, sua generosidade em fazer-me compreender o que até então não pude. Espero ser digna de sua confiança e peço desculpas por nossas inúmeras discussões. Hoje sei que flanco é diferente de costela, que um sabre é diferente de uma montante e que um cavalo não é tão veloz assim, mas atesto que o amor é eterno e não se vive apenas uma única vez, mas o revivemos e em vários seres por toda vida em um eterno ciclo.
Eu te amo. Para sempre.

N/C.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Meus cachinhos


Já disse isso várias vezes, mas vou repetir. Ficar sem você dói demais.
A casa fica vazia. Meu eu perde-se, o silêncio tortura.
Não que fosse diferente, pois você fica em seu quarto o dia todo em um universo paralelo, mas eu fico aqui.
Ontem até pude ouvir a porta do quarto se abrindo e ouvir sua voz me interrompendo no escritório.
São tantas lembranças, filha. Não apenas dessa, mas de muitas vidas onde certamente estivemos juntas.
Sei que está feliz e divertindo-se, mas dá para voltar logo?
Lembrei-me de uma cena ontem à tarde. Você dançando no reflexo do sol na sala da casa onde morávamos em Itatiba. Devia ter uns dois anos e meio. Estava de fraldas e com o chapéu do seu pai. Minha ciganinha de cachos negros dançava sob o sol. Na ocasião registrei em meu diário para sempre lembrar quando lesse. Não esperava que esta memória viesse sozinha, mas veio.
Cachinhos brilhando ao sol, seu sorriso imenso, sua alegria.
Que ela jamais se apague. Que o tempo jamais roube seu sorriso e que eu possa suportar a distância cada vez mais, pois sei que, em breve você estará cuidando da vida.
Você é a maior prova de que o amor é eterno.
Já disse que te amo hoje?


domingo, 6 de maio de 2012

Existe alguma forma de guardar emoções?



Digo, além da memória que, aos poucos vai se tornando esfumada e perdida? Desconheço melhor, que escrever.
Passei a tarde com minha tia Adail hoje. Momentos tão importantes em minha vida. Uma pessoa tão importante em minha vida. Ao longo das três horas que ficamos ali, na cozinha de sua casa, regados a um delicioso café, o maravilhoso papo.
Memórias. Infância. Momentos mágicos que passei ao lado dela desde menina.
Tudo reaviva. Cheiros, emoções, sensações...O amor incrível que carregamos por vidas.
Risos, aconchego, carinho... Como precisava disso...Mesmo tendo marcado para ir pela manhã, só conseguimos chegar lá à tarde e assim estava ela, com o bolo que fez para nos esperar, um abraço imenso para nos receber e um carinho imenso para compartilhar.
Sinto-me em casa. Uma casa além do que conheço ou posso descrever. Parece um grande ninho de lembranças boas que o tempo insiste em apagar, mas que a excepcional memória dela, precisamente revive trazendo a mesma emoção, vencendo as barreiras do tempo.
Uma vontade imensa de ficar ali, ao lado dela. Mas o tempo passa e os compromissos nos cobram o retorno.
Lembranças tão maravilhosas que desesperadamente dependemos para conseguir olhar adiante.
Tempo cruel e voraz. Consumindo nossas vidas, nossas horas, nossas lembranças.
Pudera por um só instante congelá-lo. Impedir que levasse quem amo. Impedisse a separação e o apagar das boas lembranças.
A deixamos com a promessa do retorno. Para ficarmos mais tempo e podermos lembrar ainda mais. Para rir ainda mais, vivenciar ainda mais. Antes que o tempo consuma, ainda mais.
Obrigada, querida. Foi maravilhoso, como sempre.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dudu



E lá foi ele para a primeira aula de futebol...
O sol forte da tarde de verão, mostrava um menino tímido, porém cheio de energia e vontade de correr e jogar bola.
Penso no tanto o que você representa, filho, e o quanto eu te amo.
Vejo os anos passando e você ficando cada vez maior, cada vez mais forte e inteligente.
A chuva chegou molhando o campo e você, feliz, corria dela em êxtase.
Você se alegra com pequenas coisas e, em muito, lembra a mim pequena.
Sua vontade imensa de agradar, seu amor doado em abundância, sem miséria.
Pudera ser sempre assim. Pudera ficar para sempre assim. Mas o tempo vai passar. Você vai crescer cada vez mais e um futuro incrível te espera de braços abertos. Ao seu lado, a felicidade imensa que está reservada e sempre te acompanhará.
Te amo muito, meu querido...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

...




Ainda posso vê-lo na escuridão de meus pensamentos.
Ainda posso tocá-lo como se uma vida inteira não tivesse passado por meus olhos e minha alma. Como se ainda estivesse aqui. Por esse mundo.
Sua morte causou-me profunda tristeza em ambas as vidas. Ainda assim, acredito poder encontrar-te um dia. Não em sonhos, mas não neste mundo, conforme a profecia... queira os anjos e os deuses esse encontro, pois a espera para mim é por demais dolorosa...

sábado, 7 de janeiro de 2012

E ao adormecer eu te vi.





Andava comigo pelas ruas de Nova Iorque. Estive com você ou você comigo?
Calças pretas e camiseta cinza. Seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo.
Andávamos e falávamos. Sobre o que?
Sei que tenta me levar, mas ainda não posso ir.
Convença-me a abandonar tudo o que construí. Efemeridades dessa vida vil.
Ainda busco respostas e ainda persigo sua sombra, mas sempre estou a dois passos atrás de você.
Caminhávamos lado a lado, mas você está distante e já tem as respostas que vou continuar buscando.
Venha me ver.quando quiser. Aqui estão meus braços e meu amor para recebê-lo.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

E lá se vão meus “inta”. Bom dia meus “enta”.



Quando se é criança, parece ser tão velho e distante esse dia. Quando a adolescência chega, pensamos até em terceira idade e pessoas velhas, cansadas.
Então chegaram meus 40.
Como um filme, parei para lembrar tantas coisas. Avaliei minha caminhada para chegar até aqui. É claro que tudo valeu a pena. Não me arrependo de absolutamente nada.
Chego aos 40 com a cabeça erguida, missões cumpridas, uma família abençoada e que amo muito. O coração ainda cheio de sonhos que insisto em não abandonar.
Amigos vieram. Amigos partiram. O tempo passou. Depressa. Muito depressa.
Sinto meu corpo cada dia mais limitado e a idade começa a deixar suas marcas. Em meu rosto, em minha coluna, em minhas mãos. Marcas do tempo que nem penso em apagar.
Cada uma delas mostra uma etapa. Mostra que vivi e vivo plenamente cada dia como se fosse o último. Um dia, com certeza, será.
Obrigada Grande Mãe. Por tudo o que me trouxe e também pelo que levou de mim. Pela serenidade que sinto nesse momento. Pelos sonhos que ainda hei de realizar.
Por meus filhos amados, perfeitos. Aqueles que continuarão meus passos e serão sempre reflexos nítidos de minha vida.
Pelos meus pais que foram e sempre serão o início de tudo. Abençoados sejam.
Por minha irmã que tudo desses 40 anos compartilhou.
Por meus sobrinhos que abriram o caminho das memórias da infância.
Por minhas memórias que revisito constantemente.
Por meus amigos. Poucos, mas especiais.
Obrigada pelas batidas do meu coração, pelo ar que respiro, pelo sol e pela lua. Obrigada por minha capacidade de realizar, promover, criar e trabalhar.
Obrigada por meu caminhar, por poder dançar, abraçar e beijar àqueles a quem amo.
Suas bênçãos em minha vida são muitas e sinto o quão especial e amada sou. Para ti, uma eterna criança.
E assim continuo. Nada mudou, apesar do espelho insistir em me desmentir.
Obrigada.
Muito obrigada. Por tudo e por todos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Perdas



Ia escrever este texto ontem, mas, por algum motivo não o fiz.
Falar em perda é algo tão doido que talvez previsse que esta dor estaria hoje comigo.

Perdemos mais um, amada Mãe.
Levaste em teu seio mais um filho de dona Rosa.

Ao mesmo tempo em que sinto alívio, sinto imensa dor e medo.

Medo pelo tempo que passa, pelas pessoas que partem e pelo tempo que acaba. Simples assim.
Medo de não ter feito tudo o que pude para as pessoas que amo, medo do vazio e da solidão deixada pelos que partem.

Medo de perder as lembranças de infância, de esquecer meus sonhos e enfim, perder-me em mim.
E assim perdemos. Só de vista, fato, mas ainda assim, o contato, o abraço e o diálogo. Não sei lidar com isso e, talvez, jamais aprenda.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Saudades




Você já sentiu saudades de alguém que não conheceu?
Eu já.
Na verdade sinto saudades há muito tempo e sempre.
Sinto saudades de você, vovó.
Sei que quando estou triste e sentindo saudade de um abraço, você vem e acaricia meu cabelo.
Já senti você, falei com você diversas vezes em minha mente.
Imagino como teria sido se tivéssemos nos conhecido. Sobre o que falaríamos?
Será que realmente a vida termina com a morte? Sei que não. Sei que haverá sempre um amanhã e um eterno ciclo de renascimentos.
Olho suas fotos e tenho certeza de ter sido tocada por suas mãos. Vejo seu rosto e sei que é você que me sorri em sonhos sem sentidos, mas profundamente emocionantes.
Sonho com nosso encontro e, enfim o tão esperado abraço. Enfim o real toque em meus cabelos e sua voz melodiosa.
Fique sempre por perto. É muito importante para mim.
Mesmo que esteja em um universo paralelo, sinta quanto amor tenho por ti.
Continue a embalar meu sono, olhar-me enquanto adormeço como uma criança em seus braços.
Acalme meu coração quando esta saudade entristecer minha alma. Faça-me crer que nos veremos novamente. Nunca permita que eu duvide disso.
Afaste meus medos e minha ansiedade. Cante para mim.
Aqueça as noites frias quando a preocupação invade os espaços vazios. Fique comigo.
Amo você e não é necessário compreender esse amor, é?
Amar transcende a compreensão humana. Assim creio.
Que minhas memórias contigo durem até o fim dos meus dias e que elas se renovem a cada encontro.
Obrigada por estar sempre por perto.
Te amo vó Leontina.