sábado, 28 de setembro de 2013

...







Há anos sei que falta algo em minha vida. Algo parece a todo instante mostrar-me que ela não está completa.
Um misto de saudade e perda, tristeza e lembranças de felicidade de um momento que não me pertence mais.
Por vezes, olho o papel em branco e textos desconexos começam a formar-se.
Vivo incompleta e em constante nostalgia não por não querer o presente, mas por lembranças que insistem em surgir do nada em meio a uma tarde chuvosa.
Por que me lembro? Jamais saberei. Como consigo me lembrar? Não sei explicar, mas sei que quando mergulho neste universo de memórias, vivo em dois mundos distantes por quase oito séculos e em ambas as vidas, sou feliz, apenas quando as uno em um pedaço de papel, e então vejo a imagem de minha vida formada por completo.
Imortalizo estas lembranças porque me foi permitido fazê-la. Uma promessa feita há 17 anos, se cumpre. Como um nobre, apesar de insistir dizer que não o foi, ele assobia em meus ouvidos o que quer que eu registre e como uma serva fiel deste universo distante, obedeço e movo os dedos sobre o teclado. Então, já madrugada, após a narrativa terminada leio o que escrevi e as lágrimas correm e a compreensão vem e a cada passo, vejo ainda mais, através de meu passado, um pouco do que será o meu futuro.
A/W sabe que minha admiração e respeito superam quaisquer sentimentos pelo cargo que hoje em minha vida você ocupa.
Agradeço eternamente em corpo e espírito, sua generosidade em fazer-me compreender o que até então não pude. Espero ser digna de sua confiança e peço desculpas por nossas inúmeras discussões. Hoje sei que flanco é diferente de costela, que um sabre é diferente de uma montante e que um cavalo não é tão veloz assim, mas atesto que o amor é eterno e não se vive apenas uma única vez, mas o revivemos e em vários seres por toda vida em um eterno ciclo.
Eu te amo. Para sempre.

N/C.