quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A vida é mesmo linda e o amor, seu melhor combustível.

Eram 17h quando pedi aos meus amores que fizessem silêncio, pois teria um importante telefonema a fazer.
Ao final da ação, fui à sala agradecer a colaboração.
Meus amores estavam abraçados como anjos irradiando uma luz imensa que só os mais sensíveis poderiam perceber. A luz do amor.
Eu os vi ali, criaturas por mim postas no mundo, mas que jamais me pertencerão. São apenas anjos que os Deuses me confiaram.
Os dois se abraçando e eu agradecendo à vida por esse maravilhoso presente da vida. Minhas vidas. Razões da minha, suporte e combustível para cada amanhecer, para cada compromisso assumido e desafio a superar.
Remédios para meus medos e anseios.
Luzes nas trevas de minha ignorância. Estrelas a iluminar as noites de insônia e preocupação.
Penso como sou feliz e abençoada por isso.
Lembro-me de mães do mundo todo que jamais saberão o que é isso. Mães que se recusaram a serem mães, abortando suas vidas e ceifando sua luz ainda em formação.
Penso ainda nas que cedo perderam suas vidas e chorarão eternamente uma dor que não tem cura. Mães como Marisa, Ana Maria, Silvia e tantas outras de quem a vida não teve compaixão e delas levaram toda a luz de uma existência. Abençoadas sejam todas as mães que perdem seus filhos e que os Deuses em sua infinita bondade saibam compensar.
Que este amor que sinto seja para sempre o combustível da minha vida, pois sem ele, não seria capaz de existir nem de viver.
Amo vocês meus tesouros. Para sempre. Mais que posso.

~*~ Yanni - Sacred Ground ~*~

terça-feira, 21 de outubro de 2008

A Caixinha




Acho que poucos sabem o amor incondicional que tenho por caixinhas de música.
Quando eu tinha uns 8 anos, ganhei de minha avó Rosa uma caixinha linda comprida que percorreu um longo caminho até ser embalada e virar meu adorável presente de Natal.
Muitas vezes eu olhava seu mecanismo para ver se aprendiar a fazer.
Quantas e quantas vezes eu dava corda na coleção de minha mãe quando ela saía para trabalhar.
Uma vez, quando criança, na extinta SEARS (no Brasil) eu vi uma de prata com a tampa em madrepérola toda trabalhada.
Curiosa, dei corda, abri e meus olhos verteram lágrimas de emoção.
Tocava "Thara´s Theme". Quem me conhece, sabe que esse é meu filme favorito.
Minha mãe não pôde comprar. Era caro demais, como todo produto importado naquela época.
Eu devia ter uns doze ou treze anos.
Lá pelos anos 80 e muitos, fui trabalhar na loja Sunny & Candy.
A loja era repleta delas. Eu dava corda nos bonecos e caixas, procurava a música favorita de meus clientes. Aquele lugar era um paraíso para mim.

A magia deste apetrecho é muito forte para mim.
Pudera ter todas as músicas que amo dentro de caixinhas coloridas.
Uma coleção imensa. Em todas as cores e formatos, vindas de todas as partes do mundo.
Hoje, estava lavando a louça e preparando o jantar.
Dedi chegou, pediu para que eu lavasse e secasse minhas mãos. Ele tinha um presente.
Fiquei triste, pois não havia me lembrado de nosso aniversário de namoro dia 11.
Sequei minhas mãos, abri o pacote e dele retirei uma lata de biscoitos.
Pensei: ok, uma lata de biscoitos.
Ele, mais ansioso que criança, pedia para que eu olhasse embaixo da caixa.
Dei a primeira volta na corda e ouço os acordes de "When You Wish Upon A Star".
Comecei a chorar. Inevitável.
Música de infância, objeto de infância e na frente da lata, a Sininho. Personagem de infância.
Voltei mais de trinta anos em um único gesto e chorei de emoção.
Emoção pura de criança que descobre dentro do pacote, aquilo o que mais queria.
Logo abaixo tem uma fotinho dela. Retirada do site do fabricante Jacobsens Bakery, da Dinamarca.
Se o fabricante e o importador soubessem o que representou para mim, trariam uma dúzia, todas diferentes que eu certamente faria a coleção.
Obrigada amor, por essa emoção tão linda que senti hoje.
Te amo!

A Caixinha

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

E assim aconteceu...(atendendo a pedidos)

Meu carro havia sido destruído por um motorista incauto do Colégio Dante Alighieri. Ele simplesmente decidiu que iria da segunda faixa da Alameda Santos para a Alameda Campinas comigo junto.
Eu, em meu Fiat Uno Mille, surtei!
Sem carro, ia de ônibus para a agência onde trabalhava em Moema. Meu carro no concerto, eu no terminal Ana Rosa, ouço um feminino “Billy”. Quando me chamam assim, volto uns 20 anos no mínimo.
Era a Adélia. Uma fofa que estudou comigo e que fora por anos namorada do Denis. Mas isso já é outra história. Sei que durante todo aquele dia eu me lembrei da turma de 88 no Benjamin Constant.
Trocamos figurinhas, falamos sobre o passado e sobre o que o tempo fizera conosco.
Entro no ônibus, trabalho e volto para casa pela primeira vez na vida, direto. Sempre saía e dava uma “esticadinha” com as amigas.
Naquele dia, parecia que o universo não desejava isso e me fez passar a chave na porta de casa pontualmente às 20h quando tocava o telefone.
Atendi no desleixo, sem vontade e ouço um “Billy, adivinha quem está falando?”.
Esse telefonema foi o bater de asas da minha existência nessa vida. Foi o grande efeito borboleta.
Era o Dedi me convidando para tomar um suco no Barnaldo.
Lá fui eu. Tomamos tudo menos suco.
Falamos do passado, demos risada. Fomos até o Tatuapé em busca dos amigos e naquela madrugada do dia 11 de outubro de 1996 enquanto Renato Russo morria, eu renascia nos braços daquele que seria o grande amor da minha vida.
Fico imaginando quantos efeitos borboleta ainda mais acontecerão comigo. Sim, porque tudo em minha vida parece a Lei do Caos. Não o Caos como forma negativa de eventos, mas como transformação...
Desse bater de asas, vieram muitos outros bateres.
Dessa pequena borboleta, geramos muitas lagartas. De dois amados filhos a projetos que temos juntos.
Comento hoje com uma grande amiga que sinto-me incomodada com tanta dependência. O incentivo, o apoio, o diálogo que parece inevitável ante qualquer ação. Parece que se não puder dividir com Dedi, a coisa não funciona.
Quero registrar o quanto sou feliz e o quanto amo e admiro esse homem maravilhoso que fez minhas borboletas baterem asas e transformarem minha vida na mais completa alegria.
Um homem que admiro pelo simples fato de existir, me compreender e me amar.
Sinto que muitas vezes peco pela minha ausência, mas sinto que ele não se importa e me ampara seja em que momento for.
Realmente, amor não é para uma vida só. É para muitas...

yanni - Nightingale (live)



Para o Dedi.
Te amo! Mais que posso!