quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Espera covarde




Então fica assim.
A despedida fria e sem graça.
O “até breve” que na verdade torna-se uma eternidade.
Tudo em volta é só saudade.
E você ainda me pede que retorne a ligação
Que cantarole uma canção
Enquanto a solidão invade

Pede que me mantenha atenta
Na espera lenta
De um reencontro oportuno
E as horas passam
E a vida passa
Quase sem graça
Enquanto espero
Criando raízes no lugar onde me sento

Esperando que a vida
Crie a oportunidade
Para matar a saudade
Desta angústia que invade

E o tempo passa
E os anos passam
Quase a devorar quem espera
Enquanto isso
Faz sol lá fora
A dor piora

E o tempo passa
E os anos passam...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Fim de tarde há 5 anos e hoje

Era fim de tarde, mas em horário de verão, ainda o sol brilhava timidamente pela chuva que rapidamente se aproximava.
Andávamos na praia eu, meu pai e meu filho.
Como a cinco anos, quando ele ainda estava em meu ventre.
Sons das ondas e das gaivotas nos últimos rasantes do dia.
A voz de meu filho a perguntar sobre tudo o que via.
As poucas conchas misturadas com o lixo que os humanos insistem em abandonar nas areias.
O sol sumindo no horizonte e nós dois aprendendo ainda mais um pouco com ele.
Como o tempo passa, pai. Como ele consome...
Meus iguais andando, e eu me emocionando com a cena que só o sol testemunhava.
O pequeno queria voltar. O avô recolhia uma garrafa de vidro abandonada.
Há cinco anos estive nessa mesma praia com meu pai. Hoje nós três de novo, nos revezávamos à procura das conchas já que a maré baixava.
Uma imagem diz mais que mil paralvras? Então lá vai: