quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ingrid Betancourt

Querida Ingrid,

Recebi hoje uma apresentação em power point contando sua história.
É lamentável o quanto fiquei alheia e hoje, depois de muitas lágrimas, pude compreender o que está acontecendo.
Percebi o quão desesperadora é sua situação e fiquei profundamente triste com o fato de que nada nesse mundo resgatará o tempo que está ausente da vida daqueles que ama.
Como mãe, compreendo sua dor, mas jamais entenderia, visto que é grande demais para suposições. Só quem sente pode entender.
Pedi aos Deuses que olhassem por você. Para que tenha coragem e se mantenha viva para o grande reencontro com os seus.
Acredite em Deus soberanamente para que não desista. Sua vida é precisoa e teus filhos e mãe a esperam.
Seis braços ávidos pelo teu abraço. Três vidas comprometidas com a sua por toda a eternidade.
Que o sol consiga mostrar-se forte o bastante para que acredite em cada amanhecer e que enquanto houver vida, haverá esperança, mesmo que essa palavra hoje, não faça sentido algum para você.
Que a Grande Mãe, possa acolhê-la em cada anoitecer e te proteger em meio à hostilidade que foi forçada a viver. Que você possa sentir Seu colo e suas mãos a acariciar-lhe os cabelos.
Que o tempo possa ser seu aliado e jamais seu inimigo, mesmo que hoje ele represente o papel do seu pior carrasco.
Lembra-se de cada gestação? Quando todo o Universo parecia modificar-se e sua vida ganhou novo sentido? Retenha-se nesse tempo em que você sentiu-se completa e realmente abençoada.
Sinta-se em um grande útero da Mãe Terra. Protegida e amparada.
Continuarei aqui, pedindo para que este pesadelo acabe e estendendo meus desejos à todos aqueles que partilham de teu calvário.
Fique em paz.
http://www.ingridbetancourt-idf.com/

quarta-feira, 28 de maio de 2008

pink floyd - what do you want from me

Just tell me what you want

As you look around this room tonight Settle in your seat and dim the lights Do you want my blood, do you want my tears What do you want What do you want from me Should I sing until I can't sing any more Play these strings until my fingers are raw You're so hard to please What do you want from me Do you think that I know something you don't know What do you want from me If I don't promise you the answers would you go What do you want from me Should I stand out in the rain Do you want me to make a daisy chain for you I'm not the one you need What do you want from me You can have anything you want You can drift, you can dream, even walk on water Anything you want You can own everything you see Sell your soul for complete control Is that really what you need You can lose yourself this night See inside there is nothing to hide Turn and face the light What do you want from me

terça-feira, 27 de maio de 2008

A tarde

Esse texto tem uma história muito antiga.
Eu o escrevi pela primeira vez na década de 80.
Em 90, ele foi reescrito, e mudei alguns nomes e algumas falas, pois nunca antes havia digitado o original.
Em 2001, ele foi publicado no Caderno Leitura do Jornal de Jundiaí.
Transcrevo não o original, mas como foi publicado, pela primeira vez.

A tarde
A tarde caiu sem que ele se desse conta.
Sentado em sua velha poltrona, passou a tarde toda revirando fotos, na ânsia de encontrar o que há muito havia perdido, suas lembranças.
Histórias engraçadas, tragédias familiares, tragicomédias, situações delicadas e embaraçosas que permearam sua vida de forma pitoresca.
Por vezes o riso, por vezes as lágrimas lhe dominaram as emoções daquela tarde tão fria e silenciosa.
O único som presente, suas lembranças sendo arrancadas bem do fundo das caixas de papelão tão bem encapadas por sua esposa... Que saudades.
Saudade é um processo sufocante, pois quanto mais a sentimos, mais ela aumenta até que nossa vida seja tomada por elas nessa mesma tarde...fria e silenciosa.
O registro de seu casamento com a impressão em relevo do fotógrafo. Nunca mais havia visto registro similar e pensou em quanto estava ultrapassado.
“Agora elas são digitais, pai, vão direto para o computador, não precisa mais desse monte de papel” explicou o filho em sua tecnológica sabedoria. O que serão desses momentos de recordação, dessa insana busca de lembranças, quando não houver mais as caixas de fotografias da família? Pensou indignado.
Laura, sua esposa, estava linda na festa de formatura do filho, o da tecnologia.
Ela sempre ficava bem de rosa; combinava com sua tez clara e seus olhos azuis...ah aqueles olhos ao lindos que por diversas vezes conseguiram, mudos, expressar o que ele jamais conseguiria enquanto escritor, fazer em palavras ditas ou escritas.
Novamente as lágrimas lhe tomaram a face e ele as rejeitou com seu lenço.
Olhou pela janela assim que o sol sumiu no horizonte, indicando que já se fazia tarde. Tarde demais para lembranças ou para levantar dali naquele instante e retomar sua vida futura não sua vida passada. Desanimou...
Ester, a filha do meio, sempre tão amorosa, mas há muito sumida. Ia ser bom revê-la, pois além das saudades não conhecia ainda os netos, gêmeos, nascidos no verão passado.
Apenas Ruth, a filha mais nova ele via com freqüência, mas ela não tinha mais paciência e viajava em seus sapatos reluzentes pelas ruas da cidade, sem tempo para o que era velho, sem tempo para o que não era do seu mundo...
As buzinas lá fora o avisaram que era hora do rush. Palavrinha complicada que ele demorou a entender. Em seu tempo isso não existia.
Olhou pela janela e viu que a noite já caíra por completo. Recolheu as fotos, uma a uma; enxugou as lágrimas novamente e esperou a campainha tocar em silêncio.
Fechou seus olhos e reviu cada filho seu lhe sendo entregue ali, na maternidade, quantas alegrias viveu e entendeu que não havia mais porque chorar.
Um carro à porta parou e ele sabia que era chegada a hora. Seu filho mais velho chegara para buscá-lo.
Era noite de Natal e pela primeira vez, ia estar só com seus filhos e netos, sem Laura, mas com a certeza de ter vivido plenamente, cada minuto lembrado.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

As emendas do feriado...




Acordei cedo. Sim porque só as crianças não teriam aula. O Dedi ia trabalhar, eu ia trabalhar, a Victoria foi dormir na casa da amiga e só ficaríamos eu e o William.
Olhei o pirralho às 6h30 da manhã de pijamas e meias na porta da cozinha.
Esse momento é só meu. Só quem vê acredita na magia dessa hora, quando ele fica minutos intensos no meu colo, quietinho, me beijando e abraçando enquanto acorda.
Quentinho. Um cheirinho de travesseiro de ervas, todo meigo. Um anjo.

Passam-se cerca de 20 minutos nesse dengo e SÓ!

Ele acorda.

Aí toma o leite, come a “binasguinha com mequeijão” (tente falar bem rápido), o leite com niskau (é o cau é caprichado). Depois disso, acabou a paz.

Corre para a TV, liga no Backyardigans, ou no Barney, seja o que for, corre no meu escritório, bagunça meus papéis, pega a chave do meu carro, sai correndo, entra no quarto da irmã, liga o cd player e a tv, liga (ou desliga) o meu notebook, corre para cá, corre para lá, se esconde atrás da porta da cozinha...grita “Bu” quando entro, me enlouquece.
Eu?
Eu em uma hora dessas já surtei. Já fiz todas as promessas à Santa Sahra para que ele se acalme e comece o dia como qualquer criança normal...Ufa.
Não sei como ainda preciso de remédios para emagrecer...nem sei porque pago academia...
Ele é Sagitário, uma flecha sempre lançada e sempre em movimento. Eu amo muito esse garoto, mas quando acaba o dia, sinto que apanhei do Tyson.
Tive que tirá-lo de casa. Fui à casa de uma amiga, que tem netos e já teve filhos capetas e me entende perfeitamente. Até acha meu guri o mais fofo do planeta.
Lá, tive que recorrer às palmadas. Ele arremessou minha carteira do outro lado da cozinha. Tentei convencê-lo a pegar e devolver no lugar, primeiro com a voz meiga (afinal, assisto as “Nanys” da vida, TODAS!). Depois a voz engrossa, nada.
Até que a ignorância fala mais alto e nem assim convence. Acredita?

A Vivi só sai da casa da amiga depois do almoço. Vc consegue imaginar quantas vezes ele me pergunta quando vamos buscá-la? Gosta de Shrek? Conhece o Burrinho?, pois é.
Mas ele é do sol. O astro-rei vai embora e ele parece diminuir a intensidade. Vai se acalmando, e aos poucos o silencio da casa vai imperando. Isso já se vão 9h da noite.
Amanheço mais um dia com um menino lindo, de pijamas e meias vindo me abraçar, ficar 20 minutos no mais perfeito chamego para brincar de aprendiz de terrorista até que o dia acabe, ou o próximo feriado chegue...ainda bem que agora só no Natal.

sexta-feira, 16 de maio de 2008


"Seus filhos não são seus filhos.
São os filhos e filhas da Vida desejando a si mesma.
Eles vêm através de vocês mas não de vocês.
E embora estejam com vocês, não lhes pertencem.
Vocês podem lhes dar amor, mas não seus pensamentos,
Pois eles têm seus próprios pensamentos.
Vocês podem abrigar seus corpos mas não suas almas,
Pois suas almas vivem na casa do amanhã, que vocês não podem visitar, nem mesmo em seus sonhos.
Vocês podem lutar para ser como eles, mas não procurem torná-los iguais a vocês.
Pois a vida não volta para trás, nem espera pelo passado.
Vocês são o arco de onde seus filhos são lançados como flechas vivas.
O arqueiro vê o alvo no caminho do infinito,
e Ele curva vocês com Seu poder, para que suas flechas possam ir longe e rápido.
Deixem que o seu curvar-se na mão do arqueiro seja pela alegria:
Pois mesmo enquanto ama a flecha que voa, Ele também ama o arco que é firme."
Khalil Gibran
Foto: Festa Dia das Mães no Colégio. Claro que chorei, se é o que quer saber.
Muito. Sempre, pois todos os dias me emociono e me sinto privilegiada pelas duas vidas que os Deuses me deram a confiar. Pelas duas flechas que de minhas mãos-arco, serão arremessadas.

SONETO CV

Não chame o meu amor de Idolatria
Nem de Ídolo realce a quem eu amo,
Pois todo o meu cantar a um só se alia,
E de uma só maneira eu o proclamo.
É hoje e sempre o meu amor galante,
Inalterável, em grande excelência;
Por isso a minha rima é tão constante
A uma só coisa e exclui a diferença.
'Beleza, Bem, Verdade', eis o que exprimo;
'Beleza, Bem, Verdade', todo o acento;
E em tal mudança está tudo o que primo,
Em um, três temas, de amplo movimento.
'Beleza, Bem, Verdade' sós, outrora;
Num mesmo ser vivem juntos agora.

William Shakespeare
Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer...
Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...
Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos teça elogios sem fim...
E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridadeinquestionável...
Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas estou do seu lado...
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou Aqui!

William Shakespeare

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Os Tribalistas - Velha Infância

Victoria


Daqui há 14 dias, minha batatinha fará 10 anos.
Volto no tempo e penso o que teria acontecido com minha vida se ela não tivesse aparecido?
Vazia. Assim eu estava. Vazia e me perdendo no mundo, perdendo um tempo precioso de minha juventude.
O medo e a insegurança foram óbvios. O pavor de ter agido contra tudo o que consideravam certo.
Meu amor, enfim, tomava forma. Uma forma humana e viva.
Ele personificava na forma de uma mulher. Não poderia ser um homem, não para começar uma nova vida.
Ela tinha que se chamar Victoria. Por tudo o que vivemos quando ela estava na barriga. Por tudo o que passei quando ela nasceu. Por tudo o que ela enfrentou em seus primeiros sete dias na UTI neo-natal da Maternidade Santa Joana. Pelo muito que choramos, abraçadas uma à outra quando caia ao tentar andar, tinha medo do escuro, ficava insegura.
Pelo muito que sorriu quando ganhava um presente, quando caía um dente ou quando achava graça das minhas palhaçadas.
“Minha melhor amiga é o meu amor. Pra gente E a gente canta E a gente dança E a gente não se cansa De ser criança A gente brinca Na nossa velha infância...”
Uma fada a carregar em seus pequenos braços, toda a felicidade do mundo.
Uma borboleta, que com seu bater de asas criou o grande efeito em minha vida.
Não. Não vou mais pensar no que teria acontecido. Quero reter todo esse universo que criamos juntas para sempre comigo. Quero morrer amando, te admirando e torcendo para que sua felicidade seja imensa e não te caiba no peito.
Quero continuar vendo-a crescer e me encantar com sua beleza física e espiritual.
Quero ser para sempre seu porto seguro, sua nave-mãe, onde você sempre terá sossego, apoio e, principalmente, amor, diálogo e compreensão.
Obrigada por ser meu presente. Eu te amo, mais que posso. Para sempre.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Uma mulher - por Bruna Lombardi

Uma mulher caminha nua pelo quarto
é lenta como a luz daquela estrela
é tão secreta uma mulher que ao vê-la
nua no quarto pouco se sabe dela
a cor da pele, dos pêlos, o cabelo
o modo de pisar, algumas marcas
a curva arredondada de suas ancas
a parte onde a carne é mais branca
uma mulher é feita de mistérios
tudo se esconde: os sonhos, as axilas,a vagina
ela envelhece e esconde uma menina
que permanece onde ela está agora
o homem que descobre uma mulher
será sempre o primeiro a ver a aurora.

Lindo né?

Pausa para o desabafo

Por favor, me lembre de comprar um rímel à prova d´água para que eu não fique com essa cara desfeita que levei horas para arrumar.
Por favor, corrija-me se estiver enganada, mas a Terra parou de girar? Não, porque estou aqui há horas e nada parece mover-se.
Por favor, diga-me quem foi o fdp que disse que tudo o que vivemos e pelo que passamos está escrito em algum lugar e que concordamos? Não porque quero saber onde é, levar meu errorex e corrigir as partes que não escrevi, ou então falsificaram minha assinatura.
Por favor, informe quem prometeu um dia inteiro de sol em minha infância? Quem foi que disse que chorar faz parte da vida e que a angústia fortalece nossa alma que arranco a língua desse infeliz?
Permita-me jogar m. no ventilador. De forma polida, com classe, descer do salto, arrancar o batom e os cabelos, borrar o rímel em meu camarim.
Neste lugar eu sou a estrela. Eu sou o ser supremo que pode rebelar-se contra o mundo. Ali posso quebrar tudo o que construí ou me irritar por ter acreditado em tantas promessas e depois, sentar ao toucador e me recompor.
Ensandecer e renascer como Fênix para subir ao palco e receber mais uma vez os aplausos.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os prazeres do mundo

A felicidade mora nas coisas simples.
O olhar da Victoria. O sorriso do William.
A vida a cada respiro. As batidas do coração e as manhãs quando abro meu olhos e vejo que está tudo ali, me esperando acordar.
A bagunça das crianças no fim do dia. O telefone celular para mais um contrato.
Falar com meu pai sobre as notícias do dia. Rever aquele filme que me faz chorar (todos fazem).
Abraçar o Dede quando ele chega do trabalho, cansado depois de horas na estrada.
Tocar violão. Ouvir aquela canção que te marcou a juventude. A trilha sonora da sua vida.
Abraçar minha mãe. Quem conhece esse abraço sabe que ele é único. É como se todo o amor do mundo coubesse entre seus braços.
Ser mãe.
Hoje me vejo com esse imenso prazer de ser mãe e ser filha. Daqui a uns anos, sogra e avó e se o tempo for generoso comigo, bisavó.
Acho que os filhos são o mais próximo que chegamos dos Deuses. É o grande prazer do mundo onde o tudo é muito pouco para definir.
O primeiro olhar, o cheiro, as noites sem dormir. O primeiro sorriso, o primeiro passo e a primeira palavra para ganhar o mundo e perder-se de mim.
Filhos são para sempre. Mesmo que tudo acabe e passe, filhos são para sempre.
Acordá-los toda manhã e vê-los despertar como flores, bem lentamente.
Ouvir seus choros de seus resmungos de criança mimada que têm tudo, mas jamais reconhecem. Brigar com a bagunça no banheiro, o brinquedo jogado na sala, o sofá Shrek pois parece mais um ogro, o que antes foi um lindo tecido laranja...
Os medos e inseguranças que a vida fatalmente lhes impõe e que não posso impedir. A tristeza que de repente lhes abate e não posso evitar.
O grande prazer do mundo é ter filhos, pois deles vêm todos os demais. A sensação de missão cumprida, embora saiba que para sempre terei nítida a sensação de que falhei em algo.
“Mãe não é gente. Mãe é mãe”, dizia meu primo Georges.
Aqui, minhas mães, um beijo a vocês, que souberam como poucas reconhecer os prazeres do mundo, ser filha e ser mãe:
Minha mãe Ilda. Minha doce e querida mãe que tarde compreendi, mas ainda em tempo para amar de forma plena
Minha mãe das férias e feriados Carmo (in memorian)
Minha mãe negra Guga
Minha mãe que mimava Lúcia (in memorian)
Minha Grande Mãe Rosa avó como poucas (in memorian)
Minha Grande Mãe Leontina, que não conheci, mas que sempre amei (in memorian)
Minha mãe Solange madrinha de batismo, que graças aos Deuses não se tornou minha mãe de fato, não por não ser boa pessoa, mas por ter significado que minha verdadeira mãe já não estaria mais comigo hoje.
À Mãe Manuela. Um espírito mãe que me ensinou o que vale o amor e, porque vale viver

À Grande Mãe. Não a última e nem a primeira. Aquela que sempre estará comigo e àquela que hei de sempre representar em Terra.
Obrigada minhas mães por fazer-me conhecer os prazeres do mundo: Victoria e William.