domingo, 20 de julho de 2008

Eu odeio o amor

Odeio amar e ser tão escrava de um amor que é a maior frustração do ser humano.
Como diria Chapplin “é a mais bela das frustrações, pois está acima do que se pode exprimir”
Odeio o sentimento de ausência, a dor e a angústia que ele causa.
As despedidas e a alegria que o amor ceifa em sua mais profunda essência.
Odeio as lágrimas que o amor causa. A imensa dor que não tem consolo, não tem cura, sequer alívio ou anestesia.
Ele corta a alma. Vai ao âmago e destrói implacavelmente.
Eu odeio amar tanto e tantos.
Odeio amar tanto. Odeio, odeio.
O amor é a pior sensação dos mundos. A pior doença, o pior sentimento.
Ele nos toma, nos leva e nos destrói, pois estamos muito abaixo e é imenso seu poder de destruição.
Eu odeio amar, mas amo.
Amo com todas as forças e me corrói tanto sentimento.
Odeio que o amor que sinto, cause tanta dor àqueles que amo.
Odeio que amor que outros por mim sentem, os destrua também.
Não devia existir. Não devíamos nos apegar e amar tanto. Para que? Esse sentimento é masoquista, sádico. Fará-nos sofrer imensamente e por anos. Por vidas encarnados sempre ao seu dispor e a ele subjugados eternamente.
Não suportei suas lágrimas. Para mim, foi a cena mais desesperadora de toda a minha vida.
Jamais suportei ver aqueles que amo sofrer, ainda mais por amor, mas você. É pior ainda.
Senti-me incapaz, frustrada e negligente, odiando muito o dia em que decidi me separar de você e seguir para o interior rumo a uma nova vida, mas destruindo a mim mesma, sem saber o que no futuro sentiria ou causaria por sua ausência.
Me perdoe. Perdoe essa falta de tempo e esse amor imenso que sinto e que tive de dividir com as crianças pois era insuportável carregar sozinha.
Perdoe-me minhas lágrimas e tanto amor. Perdoe tê-lo cativado e ser eternamente responsável por você.
Suas meninas partiram chorando. Vivi sofrendo e eu odiando tanto amor que sinto e tanta dor que lhe causamos.
Perdoe-nos por te amar tanto e termos te privado de uma dose diária, enviando tudo de uma só vez, quando estamos juntos.
Então vi tuas lágrimas. Nunca antes vista e que me desolaram profundamente. Me perdoa.
Perdoa minha impulsividade, por fazer as coisas de forma tão impensada. Saiba que também sofro, e muito por cada uma delas. Hoje vi o quanto elas me custaram e custarão por toda a minha vida.
Hoje vi o quanto minha atitude custou caro e quanto mais caro ela ainda custará.
Então veio o silêncio. Como ele me é insuportável. Desejei muito poder voltar a ser criança e não precisar nunca mais tomar decisões sérias. Só as pequenas como se brincaria de pega-pega ou não ou se pentearia meu cabelo para a esquerda ou para a direita.
Por isso acredito em reencarnação. O amor é grande demais para em só uma vida podermos sentir e demonstrar. Ele é eterno, disso sei, mas acho que nos toma aos poucos, pois sua dose de uma só vê nos mataria.
Prometi, um dia, a mim mesma, jamais me arrepender do que faço e sim do que deixo de fazer, mas hoje vi que as melhores atitudes a se tomar são aquelas que jamais nos afastarão daqueles a quem amamos. Somente dessa forma não nos causarão arrependimentos.
Eu te amo.

Mosquito

Um comentário:

Anônimo disse...

Também a amo...de todo coração.
Obrigado por me amar um amor que não sei retribuir...
Me perdoa por faze-la sofrer.