sexta-feira, 14 de março de 2008

Sem título

Existe uma forma de me sentir plena, mas acredito não ser o suficiente para que meus instintos possam se revitalizar após anos reprimidos.
O tempo passa e as lembranças não se apagam de minha mente que escuta suas vozes a me berrar nos ouvidos palavras sem nexo e sem coerência no meio da noite.
A lua me fita orgulhosa de mais um dia poder por mim ser contemplada e meus braços se abrem para sua figura plácida e alva em meio à escuridão das trevas.
Minhas imagens no espelho comungam com aquela que fui e que jamais voltarei a ser.
Um passado esquecido que acorda nas madrugadas enquanto fumo um cigarro e decido o que farei assim que o dia clarear.
O dia clareia e nada do que planejo ponho em prática. Planejo, mas não executo. Dependo de tudo e de todos e esse ambiente morno, consome minha imaginação e meus desejos como línguas de fogo a penetrar na tenra madeira da lareira.
Queria muito poder decidir e agir, mas aguardo novas notícias, afinal, me propus a esperar que o ambiente se torne mais propício para que eu saia da toca.

Publicado em 03/10/2005 14:19

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