terça-feira, 12 de maio de 2009

Estúpida cegueira.



Maldita hora em que pintei os cabelos.
Parece ter impedido minha visão linear.
Como pude ser tão tola e não notar? Como pude não perceber?
O que há de errado comigo ou consigo?
Que turbilhão de problemas entrei sem querer e não consigo fugir?
Do olhar furtivo, do ombro amigo, a quem pretendia enganar?
Que poder é esse de arrancar-me do assento,
corroer-me por dentro
Até eu sangrar?
Que tortura voraz que me corrói a alma
Enche-me de culpa e medo
Cala quando quero que respondas
E grita quando quero que cales.
Sufoco meus anseios
Aniquilo minha ansiedade
Mas por dentro sou assim
Eterna e imutável saudade
Do tempo em que ficamos juntos
Quero e não quero
Posso e não posso
Esse vai-e-vem me consome e me entristece
Não posso mais ter dezesseis, nem tampouco dezessete
Cresci e embora me agarre às paredes do tempo
O implacável relógio já registrou as horas
Já desperdiçou minha vida
Posso desejar o fim?
Posso pedir para que tudo isso pare?
Mesmo que possa, não sei se quero
Assusto-me com meus pensamentos
E cubro a cabeça com o cobertor
Mas então me lembro do cheiro e do calor
Lembro do abraço e da cor
Entristeço-me e calo
A voz do que poderia ser do amor

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