quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Nostalgia

Senti o perfume da jabuticabeira que tinha na casa da minha tia-avó.
Subíamos ali, eu e meu primo Raphael (saudades) e a cada quatro que comíamos, uma era colocada na bacia.
Até hoje não consigo mais comer jabuticaba.
Árvores sempre fizeram parte de mim.
Nas alturas eu subia e me apoiava em seus galhos para tomar-lhes o fruto tão generosamente concedido.
O pé de framboesa da escola, ou seria amora?
O limoeiro. O Ipê roxo.
Vamos nos esquecendo desse tempo.
Hoje as crianças não sobem mais nas árvores. Sobem nas cadeiras e sofás da infância e se defrontam na televisão. A babá do século XXI.
Percorria as ruas descalça. Tomava chuva. Rolava na grama com um imenso papelão.
Descia o morro de Rubião Junior...lembra?
Jogávamos taco...bola de gude, pião.
Nostalgia.
Alegria.
Rolimã...ah o rolimã. O morro era imenso e ralávamos os pés tentando freá-lo...
O Buik do tio Fauzo acorrentado no poste. Só a carcaça.
Eu era o rádio...(por que será? Rs)
Dirigíamos nas ruas de nossos sonhos de infância.
Caminhávamos na enxurrada da alegria.
Andávamos horas indo onde bem quiséssemos.
A pureza era irmã dos corações.

Nenhum comentário: