quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Sons

Lavo o rosto e desperto para um novo dia.
Mais um dia em que as horas irão passar depressa até a chegada das crianças.
Hoje analisei os sons e percebi como é importante ter vocês por perto.
O silêncio da manhã é insuportável.
Prefiro o grito, o choro, a tv ligada na sala para os fantasmas do apartamento. Sim, porque nunca estão na frente dela, dando sossego para mim que tento, desesperadamente estudar e concluir logo esse MBA.
Ouço o pequeno pedindo para ir brincar. Vivi tenta terminar a lição que leva horas para concluir, perdida em seus próprios pensamentos.
Esses sons, reunidos, são minha vida. São o que me lembra estar viva e saber que “tudo passa”...sempre passa.
“O que a gente leva dessa vida, é a vida que a gente leva”. E como é bom.
Vivi para e corre atrás do pequeno. Lhe faz cócegas e eu tento escrever, tento estudar, tendo me concentrar...apenas tento, sem êxito.
Observa-los passou a ser a minha lição de casa passada pelo Universo.
Estou aprendendo a ser mãe em casa.
A máquina de lavar roupas quebrou (queimou o painel)...acredite ou não, eu me esqueci que poderia lava-las a mão.
Tais atividades acabam e arruínam a minha pessoa, mas me dão imenso prazer.
Lá vem o pequeno, quer fazer xixi...ontem ele dormiu na sala e lá se vai meu sofá...carimbinho na certa.
Aliás, um carimbão...deixei de me importar com isso. Nada vou levar daqui e o que tenho é bom para mim...não precisa ser para os outros.
Paro um pouco de estudar e escrever e corro atrás dele. Brinco, faço cócegas. Tento tornar a vida deles divertida e, enquanto o faço, extermino meu azedume que se instala quando eles estão distantes.
O telefone toca, mas a vida para.
O tempo parece parar, embora eu saiba que ele corre implacável, como areia que teimamos em reter, mas que escorre pelos dedos.

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